|Resenha| A Menina Que Roubava Livros

Olá, galera!
Sei que ando meio sumida do blog ultimamente, mas isso tem uma explicação. Lembrem-se que é época de provas e trabalhos finais no colégio, e acreditem, o meu está me deixando louca com tanta coisa... Mas falta só mais um pouquinho pras férias. *-*
 Mas vamos ao que interessa? 


Título Original: The Book Thief
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Nº de Páginas: 480
Classificação: ★ ★ ★ ★ ★
Encontre o livro: Skoob | Submarino | Saraiva

Entre 1939 e 1943, Liesel Meminger encontrou a Morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a própria, de tão impressionada, decidisse nos contar sua história, em "A Menina que Roubava Livros", livro há mais de um ano na lista dos mais vendidos do "The New York Times". Desde o início da vida de Liesel na rua Himmel, numa área pobre de Molching, cidade desenxabida próxima a Munique, ela precisou achar formas de se convencer do sentido da sua existência. Horas depois de ver seu irmão morrer no colo da mãe, a menina foi largada para sempre aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann, um pintor desempregado e uma dona de casa rabugenta. Ao entrar na nova casa, trazia escondido na mala um livro, "O Manual do Coveiro". Foi o primeiro de vários livros que Liesel roubaria ao longo dos quatro anos seguintes.E foram estes livros que nortearam a vida de Liesel naquele tempo, quando a Alemanha era transformada diariamente pela guerra, dando trabalho dobrado à Morte. 

 "Quando a Morte conta uma história, você deve parar pra ler." . Vai me dizer que ao se deparar com uma frase dessas logo na contra-capa do livro, você não fica louco pra lê-lo?

 Uma das coisas que mais gostei foi a época em que ele se passa. Entre 1939 e 1943, na Alemanha Nazista. Uma época tão cruel e ao mesmo tempo cheia de histórias lindas, como essa. Liesel Meminger tem 9 anos (se não me engano) quando é entregada a uma nova família, logo após ver a morte de seu irmão mais novo e se separar de sua mãe. Triste, não? Mas com o passar do tempo, Liesel percebe o quanto ama sua nova casa, sua nova família, seus novos amigos e sua nova vida, apesar de todas as dificuldades.
 Desde o começo, ela é apaixonada por livros, e quando tem a primeira oportunidade de roubar um, não perde tempo, e esses seus roubos se tornam cada vez mais frequentes, e mais perigosos.
 Seu pai adotivo Hans Hubbermann é quem a ensina a ler e de certa forma, a incentiva a roubar. E isso o torna seu primeiro (e grande ) amigo.  Logo ela também faz amizade com seu vizinho Rudy, com quem vive várias aventuras e grandes perigos, roubando e desafiando o governo diversas vezes. Temos também Max, um judeu que se esconde na casa dos Hubbermann para fugir do governo nazista, vivendo de forma desumana e ao mesmo tempo feliz por ter encontrado uma nova amiga para compartilhar seus sonhos e medos. 

 Os personagens são muito bem estruturados, cada um com suas características e problemas a serem explorados.

 Desde o começo da história, sabemos qual será o final, pois o narrador, ou seja, a Morte deixa bem claro que não gosta de suspense, mas isso não muda a intensidade dos acontecimentos no decorrer do livro, que se trata de um misto de emoções. Eu ri, chorei muito, fiquei esperançosa e frustrada, tudo ao mesmo tempo. E acho que esses são os principais sentimentos do nazismo. A escrita de Markus Zusak é IMPECÁVEL, e transmite perfeitamente a dor da época.
 Não vou enganar ninguém, não é um livro fácil de ser lido pelos temas fortes que são retratados, já vi muita gente que não gostou, mas eu garanto, vale a pena. Pela simplicidade de Liesel, por seus sonhos e sua inocência e por todas as lições que podemos aprender.
 Uma história sobre união, solidariedade, amizade, amor e injustiça.
 Recomendo muito! Uma das melhores leituras do ano.

Minhas quotes favoritas:


Mais uma prova de como o ser humano é contraditório. Um punhado de bem, um punhado de mal. É só misturar com água. Pág. 117

 Talvez fosse Rudy quem a mantinha sã, com a idiotice de sua falação, seu cabelo encharcado no limão e sua presunção insolente. Pág. 149

 As palavras. Por que tinham que existir? Sem elas, não haveria nada disso. Sem as palavras, o Führer não era nada. Não haveria prisioneiros, claudicantes, nem necessidade de consolo ou de truques mundanos para fazer com que nos sentíssemos melhor. De que adiantavam as palavras? Pág. 365

 "Não me façam feliz. Por favor, não me saciem nem me deixem pensar que alguma coisa boa pode sair disso. Olhem para meus machucados. Olhem para este arranhão. Estão vendo o arranhão dentro de mim? Estão vendo ele crescer bem diante dos seus olhos, me corroendo? Não quero ter esperança de mais nada. Não quero rezar para que Max esteja vivo e em segurança. Nem Alex Steiner. Por que o mundo não os merece."  Pág. 364