Resenha: Antes Que Eu Vá




Título Original: Before I Fall
Editora: Intrínseca
Nº de Páginas:356

Sinopse: Samantha Kingston tem tudo: o namorado mais cobiçado do universo, três amigas fantásticas e todos os privilégios no Thomas Jefferson, o colégio que frequenta — da melhor mesa do refeitório à vaga mais bem-posicionada do estacionamento. Aquela sexta-feira, 12 de fevereiro, deveria ser apenas mais um dia de sua vida mágica e perfeita. Em vez disso, acaba sendo o último. Mas ela ganha uma segunda chance. Sete “segundas chances”, na verdade. E, ao reviver aquele dia vezes seguidas, Samantha desvenda o mistério que envolve sua morte — descobrindo, enfim, o verdadeiro valor de tudo o que está prestes a perder. ... Em uma noite chuvosa de fevereiro, Sam é morta em um acidente de carro horrível. Mas em vez de se ver em um túnel de luz, ela acorda na sua própria cama, na manhã do mesmo dia. Forçada a viver com os mesmos eventos ela se esforça para alterar o resultado, mas acorda novamente no dia do acidente. O que se segue é a história de uma menina que ao longo dos dias, descobre através de insights desoladores, as conseqüências de cada ação dela. Uma menina que morreu jovem, mas no processo aprende a viver. E que se apaixona um pouco tarde demais.


 Para ser sincera, depois de ler apenas o primeiro capítulo do livro, você já tem certeza do que acontecerá no final, mas isso não te impede de ficar mais ansioso, mais angustiado a cada um deles.
 Confesso que quando li a sinopse e vi que Sam vivia os últimos sete dias de sua morte, achei que a leitura seria bem cansativa, mas estava completamente enganada, pois cada dia é diferente e traz uma nova visão de seu próprio mundo à personagem principal.
 Sam é aquela típica patricinha rebelde de seriado americano, que tem tudo, a que todos invejam, odeiam e amam. Tudo ao mesmo tempo. Aquela que é uma vaca, mas que todos acabam gostando, bem lá no fundo.
 A cada dia Sam tenta mudar simples ações em sua rotina para que consiga viver, mas nunca dá certo. E assim ela vai percebendo o quanto é inescrupulosa com as pessoas ao seu redor, até mesmo com seus pais.
 Em relação às suas melhores amigas: Lindsay, Ally e Elody, eu aprendi a gostar delas ao longo da leitura, mas mesmo assim achar todas umas cadelas (palavras de Juliet), assim como Sam no começo do livro. Principalmente Lindsay, a líder do grupo que é uma das personagens mais complexas. Ela é super doce em um momento e uma verdadeira vadia em outro.
 Outra personagem intrigante é Juliet Sykes, uma gótica e tímida garota alvo das brincadeiras cruéis das garotas e que aos poucos, terá um papel importante na história.
 O livro trata, de uma forma muito diferente e interessante, a questão do bullying. Diferente pois mostra o ponto de vista dos próprios agressores, e nos mostra que as vezes não percebemos o quanto somos cruéis com simples "brincadeiras".
 Meu personagem favorito foi o fofo do Kent, achei uma pena que ele só comece a ganhar seu merecido destaque quase no final do livro. Ele é daquele tipo tímido, mas romântico e compreensivo e tudo de bom.
 A história é realmente um misto de emoções. Ao decorrer dela você pode chorar, rir, e o melhor de tudo, acompanhar o amadurecimento de Samantha. E acho que essa é a grande lição. Sempre achamos que temos um dia seguinte, uma segunda chance, uma nova oportunidade. Temos tanta certeza disso que nem pensamos na possibilidade de, em um segundo, isso tudo sumir entre nossos dedos. Sam, por exemplo, teve que morrer para perceber o quanto era estúpida com as pessoas que a queriam bem enquanto tentava impressionar pessoas que nem se importavam com ela. Teve que morrer para se arrepender de ser tão rebelde com os pais e de nunca pensar nos seus atos e perceber o quanto era sortuda em ter a vida que tinha. Resumindo: Ela teve que morrer para dar valor às pequenas coisas da vida.

"Algumas coisas se tornam lindas quando você realmente olha."


 E acho que essa é a lição que vai ficar pra mim: Melhor começar a mudar antes que seja tarde demais.
 Outra coisa que eu adorei são alguns momentos em que a autora fala conosco. Nos fazendo refletir. Fazendo perguntas ao leitor e assim nos fazendo pensar, nos colocando no lugar de Sam. Achei isso realmente fantástico.



"É aí que acontece. O momento da morte é cheio de calor e som e dor maior do que qualquer coisa, um funil de calor queimante me partindo em duas, algo secando e encrostando e rasgando, e se gritar fosse uma sensação, seria essa.
Então nada.
Eu sei que alguns de vocês estão pensando que talvez eu tenha merecido. Talvez eu não devesse ter mandando aquela rosa para Juliet ou jogado minha bebida nela na festa. Talvez eu não devesse ter copiado a prova de Lauren Lornet. Talvez eu não devesse ter dito aquelas coisas para Kent. Provavelmente há alguns de vocês que acham que eu mereci aquilo porque eu ia deixar Rob ir até o fim—porque eu não ia me guardar.
Mas antes que vocês comecem a apontar dedos, deixem-me perguntar: o que eu fiz foi realmente tão ruim? Tão ruim que eu merecesse morrer? Tão ruim que eu merecesse morrer daquele jeito?
Será que o que eu fiz é tão pior do que o que todo mundo faz?
Será que é realmente tão pior do que o que você faz?
Pense nisso."


 Agora os pontos negativos. A história possui uma linguagem extremamente descritiva, e isso apesar de ser muito legal em alguns momentos, na maioria das vezes torna a leitura cansativa. Outro ponto negativo é o excesso de personagens. Acho que a autora cita metade da escola no livro, e são tantos nomes que eu me confundi algumas vezes.

 Minha Nota: 4/5 - Vale a pena ler.



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 E você leitor? O que faria se tivesse sete dias para reviver sua morte?